Reprodução

Uma dupla de pesquisadores suíços publicou dois vídeos demonstrando a captura do que é digitado em um teclado com fio sem o uso de nenhum tipo de equipamento extra no teclado ou no computador alvo. As teclas são capturadas por meio da decodificação da emanação eletromagnética.

Os autores da pesquisa são Martin Vuagnoux e Sylvain Pasini, estudantes de doutorado no Laboratório de Segurança e Criptografia (LASEC) do Instituto Politécnico Federal de Lausanne. O artigo científico com detalhes do experimento está sob revisão para uma conferência e ainda não foi publicado.

Os suíços desenvolveram quatro tipos de captura. Segundo eles, os ataques foram testados em 11 teclados, com datas de fabricação de 2001 a 2008, contendo conectores PS/2, USB ou embutidos em notebooks. A emanação eletromagnética dos equipamentos pôde ser capturados a até 20 metros de distância, mesmo através de paredes. Cada teclado foi vulnerável a pelo menos um tipo de captura.

Divulgação/Markus Kuhn

Demonstração do ataque de Markus Kuhn na CeBIT 2006. O monitor direito, que teve a imagem capturada, encontrava-se a 25 metros da antena que serviu a imagem para a tela na esquerda

A captura de emanações eletromagnéticas é conhecida como TEMPEST — o codinome para estudos de ataques deste gênero nas agências de inteligência norte-americanas e que acabou sendo usado como termo para defini-los. O primeiro artigo público descrevendo um processo destes foi escrito em 1985 por Wim van Eck e explica como captar a imagem de monitores CRT por meio das emanações.

O pesquisador Markus Kuhn, que já havia publicado um estudo sobre o assunto em 1998, conseguiu melhorar o método de van Eck para capturar imagens de telas LCD, demonstrando o processo em uma conferência sobre privacidade no Canadá em 2004 e na CeBIT 2006.

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Escrito por Altieres Rohr

Editor da Linha Defensiva.

2 comentários

  1. Oswaldo Faroni 23/10/2008 às 13:29

    Não entendo a atenção dada a estes experimentos… TEMPEST era notícia dos anos 50 .. Se ao menos os suíços tivessem resolvido o problema de interferências (energia, LCD, etc..) ..

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  2. Oswaldo Faroni

    Já conseguem capturar de LCD (veja segunda foto na matéria).

    Isto não tinha sido feito com teclado. E eles não fizeram baseado em freqüência, mas capturaram o especto todo e decodificaram. Não creio que foi algo tão simples assim, mas não sou engenheiro para dizer com certeza. Só vendo o paper, quando for publicado.

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