Você gosta do Facebook?

O Facebook conseguiu milhões de usuários desempenhando um importante papel de fio condutor, unindo quem produz conteúdo a quem quer ler esse conteúdo. Com o tempo, surgiu um probleminha: conteúdo demais e tempo de menos.

Mas o Facebook, que não é nada nem bobo, viu uma oportunidade: cobrar de quem produz conteúdo para chegar a um público maior.

Mesmo aquelas páginas que você curte no Facebook podem não aparecer em seu feed de notícias. O Facebook considera que elas não valem o seu tempo. Para chegar a essa conclusão, o Facebook analisa aquilo que você lê e determina o que interessa. Sabe quando você clica e curte um monte de imagens engraçadas e quando prefere não comentar nem curtir um assunto mais polêmico?

O Facebook entende suas atitudes como uma manifestação de interesse ou, então, da falta de interesse. A partir disso, ele filtra as publicações futuras e alguns conteúdos começam a desaparecer.

Tudo o que você compartilha também pode não chegar aos seus amigos porque o Facebook não considera aquilo relevante para eles. Veja os números dessa imagem:

Publicações não aparecem nem mesmo para quem curte uma página.

Publicações não aparecem nem mesmo para quem curte uma página.

A página da Linha Defensiva no Facebook tem quase sete mil curtidas. A publicação sobre o “vírus em disco rígido” teve 42 compartilhamentos. Considerando que cada uma dessas pessoas tenha 200 amigos, temos um total de 15 mil pessoas. Apesar disso, só 2.700 puderam ver publicação em seu feed.

Quando você compartilha algo no Facebook, pode muito bem estar ouvindo apenas o seu próprio eco em uma caverna deserta.

A internet, supostamente um meio democrático de comunicação direta entre as pessoas, está mais do que nunca presa a intermediários que decidem, sabe-se lá com quais fórmulas, aquilo que é do nosso interesse.

Decida você mesmo o que quer ver

Uma solução é pedir para que o Facebook notifique você quando determinadas páginas são atualizadas.

Infelizmente, isso não é ideal: receber o conteúdo todo em mil notificação não é muito agradável. Para piorar, algumas páginas têm recorrido a atualizações constantes para tentar manter alguma audiência a despeito do “filtro”, muitas vezes com publicações nem tão interessantes, mas que rendem as “curtidas” e comentários que a página precisa para ser considerada “relevante” pelo Facebook.

Uma saída para esse impasse é o uso do RSS. Trata-se de uma tecnologia presente em muitos sites e que permite a você receber conteúdo com facilidade. O Google Reader era um excelente serviço para receber notícias por esse formato, mas a falta de visão do Google levou o serviço à morte[1. Deviam ter integrado com o Google+ para que as pessoas pudessem receber notícias dos amigos e da web em um só lugar. Seria sensacional.].

Visualização de categoria no Feedly.

Visualização de categoria no Feedly.

Hoje, você pode usar RSS por meio do Feedly.

O Feedly permite que você adicione qualquer site. Você pode ver todas as atualizações ordenadas por data, sem nenhum filtro. Você pode ainda visualizar as publicações com imagens ou apenas pelo título. Clicando no botão “preview”, a notícia é carregada dentro do Feedly. E, claro, sempre dá para clicar nos títulos e abrir o site em uma nova aba.

Você pode separar os sites em categorias e visualizar de uma só vez todos os sites daquela categoria. Dá para acompanhar grupos de sites que raramente são atualizados com facilidade e marcar publicações interessantes para que fiquem guardadas. Você já tentou encontrar um post legal no Facebook que foi feito há muito tempo atrás?

Barra do Feeddly no Chrome.

Barra do Feedly no Chrome.

Se você usa o Google Chrome, o Feedly oferece uma extensão para o navegador que adiciona um pequeno botão transparente no rodapé dos sites. Você pode adicionar um site ao Feedly ou adicionar um artigo para a lista de “ler mais tarde” ou compartilhar em uma rede social.

Como o Feedly registra todos os sites que você acompanha e os artigos que você leu, dá para usar aplicativos para receber suas notícias. E esses aplicativos podem ser feitos por terceiros, o que garante uma gama de experiências variada, mesmo para quem não é assinante do Feedly Pro.

No meu tablet com Windows 8, uso o Nextgen Reader, que custa meros R$ 6.

Lendo um artigo diretamente pelo Nextgen Reader.

Lendo um artigo diretamente pelo Nextgen Reader.

O Nextgen Reader é integrado ao também excelente Readability para visualizar artigos dentro do próprio aplicativo. Não funciona sempre e alguns textos podem não ser exibidos corretamente, mas a leitura das notícias fica bem mais rápida, pois não é preciso sair do app para acompanhar dezenas ou centenas de sites.

Eu não ganhei um só centavo para escrever esse artigo[2. Não existem posts pagos nem ‘publieditoriais’ na Linha Defensiva. Aqui é tudo de coração. :)]. Apenas cansei de ver sites como o Facebook, que ganham dinheiro para mostrar o que você não quer ver, sendo glorificados enquanto serviços que nos colocam no controle ficam de escanteio. Mas são esses serviços, que colocam a web nas nossas mãos, que personificam o ideal democrático e descentralizado da internet.

O Feedly não é o RSS

O Feedly é apenas um serviço que permite a leitura de RSS, mas não é o único. Você pode exportar sua lista de sites para um arquivo OPML e usar em outros serviços capazes de ler RSS. Com o RSS, você nunca está preso.

Alguns exemplos:

As vantagens do Feedly são a sincronização e a possibilidade de uso do serviço com outros aplicativos. Isso é muito interessante para quem acompanha notícias em mais de um lugar ou dispositivo.

Filtros invisíveis criam ‘bolhas’

Eli Pariser escreveu um livro sobre esse assunto e palestrou no TED sobre os danos causados por filtros que não podemos controlar ou desativar. Você pode assistir no site do evento ou abaixo.

https://embed-ssl.ted.com/talks/lang/pt-br/eli_pariser_beware_online_filter_bubbles.html

Escrito por Altieres Rohr

Editor da Linha Defensiva.

4 comentários

  1. Adoro o Feely! Uso-o há um bom tempo. Comecei quando alguns sites/blogs não tinham newsletter por e-mail, então, tive de buscar alternativas… Após isso, assino tudo que vejo de interessante. E olha só, essa postagem, li por lá ;)

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  2. “Você gosta do Facebook?”

    Não. Não gosto do Facebook. Não gosto nem do Facebook, nem do seu criador e muito menos dos babacas que se acham por terem uma conta naquela porcaria de site.

    Quanto aos RSS, eu uso um software chamado FeedReader, cuja versão mais atual dele é datada de 2009 (!!!!!).

    Assim, vejo tudo (tudinho mesmo. 100%) o que os meus sites preferidos publicaram e mando o Facebook e seu criador para… para aquele lugar que vocês imaginaram.

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  3. Uso demais o Feedly!

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  4. Ai vai uma recomendação: “feedspot”

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